sábado, junho 3, 2023

Proclamação da república

O Brasil é um país que tem uma república bastante recente, pois se passou um pouco mais de um século desde o tão conhecido dia 15 de novembro que colocou fim ao modelo político conhecido como império. A proclamação da república se tornou um marco muito importante para história do país.

Tudo começou quando o Marechal Deodoro da Fonseca que liderou um golpe militar com objetivo de tomar o poder da monarquia para estabelecer uma república militar. Para entender os principais fatores que levaram ao fim do império no Brasil é preciso conhecer um pouco sobre o período monárquico que ficou bastante enfraquecido nos anos próximos a 1889 que é quando o ocorre a proclamação da república.

Enfraquecimento

No início da década de 1870, o país teve que enfrentar algumas consequências que foram, principalmente, motivadas pela Guerra do Paraguai. Dentre elas estava a insatisfação dos setores da elite com o regime político vigente que também foram intensificados pelos seguintes fatores:

  • Dom Pedro II era o imperador, mas não possui filhos apenas filhas. Isso gerou muita discussão, pois a sua filha mais velha era casada com um francês o que causou um certo receio pelo povo já que temiam que o país fosse governado por um estrangeiro. Logo, o trono seria ocupado por um estrangeiro.

  • Outro ponto de bastante discussão é quanto ao não reconhecimento dos escravos na Guerra do Paraguai visto que tiveram um papel muito importante junto ao exército, mas que ao retornarem ao país ainda continuariam como escravos, ou seja, não recebiam a alforria.

Crise política

A crise política do país foi fundamental para que a proclamação da república ocorresse. O governou imperial percebeu essa situação e logo tratou de desenvolver o último plano para tentar salvar o império que foi a câmara dos deputados.

O objetivo do programa de reformas políticas visava abordar medidas como, por exemplo, dar maior autonomia administrativas para as províncias, liberdade de voto e de ensino, reduzir as prerrogativas do Conselho de Estado e diminuir número de mandatos considerados não vitalícios para o Senado Federal.

Monarquia

Impulsionada pela crise política do país, a monarquia ainda buscava um modo para conciliar e intermediar os diferentes interesses políticos existentes oriundos dos diferentes grupos sociais.

Sem dúvida, a tensão existente em torno da escravidão era o ponto de maior preocupação por parte de Dom Pedro II, pois muitos intelectuais, militares e alguns órgãos de imprensa consideravam que deveria ser dado a alforria aos escravos uma vez que acreditavam que era um processo necessário para a modernização socioeconômicas do pais.

Em contrapartida, existiam os grandes fazendeiros que dependiam os seus interesses, ou seja, faziam forte oposição a colocar o fim da escravidão. As grandes oligarquias estavam dispostas a no máximo admitir uma concessão do governo de indenizações caso alguma medida de libertação fosse aprovada. Foram pontos que permitiram a desestabilização do governo para a proclamação da república.

Questão militar

Outro motivo muito importante para o fim do império no Brasil foi a questão militar. Para muitos membros a carreira militar era vista como uma das melhores formas de conseguir uma vida melhor dada as condições do governo. No entanto, muitos oficiais ao ingressarem na carreira se surpreenderam pelos baixos rendimentos obtidos e sem contar que não tinham nem mesmo o tão desejado prestigio social da profissão.

Dado esses fatores, houve uma grande aliança entre os próprios comandantes para se contrapor ao governo. Isso foi muito prejudicial para o império já que o exército era considerado como o braço direito de Dom Pedro II. Por meio dos jornais os militares afirmaram sua oposição ao governo.

A série de desentendimento entre essas duas partes ficou conhecida como questão militar que, inclusive, levou a prisão de dois coronéis devido a um ataque realizado ao ministro de guerra, Alfredo Chaves.

Já em 1887, os militares se organizaram para formar o grupo que ficou conhecido como Clube Militar. Essa entidade passou a atuar como porta voz dos militares nas questões políticas sendo representado por uma das maiores lideranças do pais, o marechal Deodoro da Fonseca.

Proclamação da república

Para tentar resolver essa crise política e evitar a proclamação da república, entrou em cena o Visconde de Ouro Preto que tentou atuar de forma a desorganizar o movimento criado pelos comandantes. Em contrapartida se espalhou boatos de que o império tinha como objetivo acabar com o exército que causa muita revolta e logo fez com que os quarteis derrubassem o ministério de Ouro Preto.

Dom Pedro já estava ciente de todos esses acontecimentos e de quão instável estava o governo. Muita discussão já existia sobre a proclamação da república, mas todos esperavam que fosse uma decisão que deveria ser tomada por Deodoro da Fonseca que não estava com a saúde boa.

Dados as circunstâncias, durante a volta de Dom Pedro II de Petrópolis para o Rio de Janeiro a câmara dos deputados resolveu realizar a proclamação da república com ajuda do exército. Mesmo bastante debilitado Deodoro da Fonseca participou do pronunciamento junto ao apoio dos republicanos. Rapidamente foi criado um governo provisório e Dom Pedro foi exilado.

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