Existem basicamente duas formas de isolamento: o vertical e o horizontal. Saber a diferença entre elas é fundamental. Nesse artigo vamos explicar esses dois conceitos, destacando as vantagens e desvantagens de cada modelo.
O que é isolamento
O isolamento é uma medida de saúde muito utilizada no mundo todo, especialmente em situações de crise. Quando uma pessoa é isolada, ela deixa de ter contato com outros indivíduos, por um período de tempo.
Essa restrição é aplicada quando uma pessoa está doente ou potencialmente doente, com o objetivo de proteger a outras pessoas. O isolamento também pode ser aplicado como medida preventiva, para pessoas que não estão doentes.
O termo isolamento que está sendo usado ultimamente descreve o distanciamento social, que é uma medida de controle. As pessoas permanecem em suas casas, de modo a evitar a circulação e transmissão de um agente patógeno.
A lógica é simples: com mais pessoas dentro de casa, sem contato umas com as outras nas ruas, menor a chance de contaminação pela doença. Assim é possível evitar o contágio e consequentemente o número de mortes.
No entanto, esse isolamento nem sempre acontece de forma voluntária. Em suas origens, o termo serve para descrever o isolamento de uma pessoa já contaminada, para que ela não contagie aos demais.
O que é o isolamento vertical
Uma das formas de isolamento é o vertical, que foca em grupos sociais específicos. Geralmente, são selecionadas pessoas que possuem maior risco de morte em caso de infecção pelo vírus ou bactéria.
No caso do COVID 19, o grupo de risco inclui as pessoas idosas e pessoas com comorbidades, que são doenças preexistentes que podem aumentar o risco de morte. Dessa forma, no isolamento vertical, apenas esse grupo deveria ficar isolado.
Por outro lado, no isolamento vertical, as pessoas que estão fora do grupo de risco podem interagir socialmente sem problema. Ainda usando o exemplo do COVID 19, os jovens e adultos saudáveis estariam fora de risco.
Críticas ao isolamento vertical
Existem muitas críticas ao isolamento vertical. A principal delas diz respeito à circulação do vírus na sociedade. Mesmo que o grupo de risco seja isolado, nada impede que as pessoas fora desse grupo contraiam a doença.
E mesmo que as chances de morte sejam menores entre as pessoas jovens e saudáveis – para o COVID 19 –, muitas podem apresentar complicações graves, precisar de assistência médica e até mesmo falecer.
Além disso, as pessoas resistentes ao vírus podem transmiti-lo, mesmo que não apresentem sintomas. A maioria das pessoas são assintomáticas para o coronavírus, o que torna difícil a sua detecção. Imaginemos, por exemplo, uma família que possua membros que estão fora do grupo de risco e membros que estejam dentro desse grupo. Caso apenas um do grupo se submeta ao isolamento, o outro pode servir como um vetor para a contaminação.

O que é isolamento horizontal
Diferente do isolamento vertical, o horizontal não determina grupos de risco. Ele envolve toda a população, de modo geral, fazendo poucas restrições. Dessa forma, um número consideravelmente de pessoas permanece em casa durante certo período.
As exceções ficam por conta de profissões essenciais, como a de médicos, dentistas, advogados e similares. Os demais permanecem isolados, de modo a reduzir ao máximo a circulação do agente patógeno.
A maioria dos especialistas na área da saúde defende o isolamento horizontal, como medida mais eficiente do que o isolamento vertical. Ele visa garantir que o vírus não consiga se multiplicar, contendo o avanço da enfermidade.
Críticas ao isolamento horizontal
Apesar dos seus benefícios, o isolamento horizontal sofre diversas críticas. Uma das principais é feita pelos economistas, que consideram a medida muito nociva para o mercado, para a circulação de pessoas, de bens e serviços.
Afinal de contas, com o menor número de pessoas trabalhando, saindo às ruas e indo ao mercado, diversos empreendimentos sofrem reduções expressivas de receita. Milhares de empresas são obrigadas a fechar as portas ou operar com o mínimo.
Também existe a crítica quando o isolamento é obrigatório, uma vez que estaria violando a liberdade de cada indivíduo. O direito garante a liberdade de ir e vir a todos os cidadãos.
Qual forma de isolamento funciona melhor?
Não existe uma resposta única para qual das formas de isolamento é mais eficiente para uma sociedade. Usando o exemplo do COVID 19, podemos observar realidades diferentes.
A Coreia do Sul aplicou o isolamento vertical e teve grande sucesso, graças ao seu método de testagem em massa. As pessoas eram testadas e isoladas, o que evitou a disseminação do vírus.
Já no Reino Unido, o isolamento vertical não funcionou, gerando uma sobrecarga do sistema de saúde. A solução foi intensificar o isolamento, que passou a ser vertical. Dessa forma, é possível dizer que a eficiência do isolamento, seja ele vertical ou horizontal, depende da forma como ele é aplicado, das outras medidas conjuntas, como testes, e da velocidade da resposta.